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quinta-feira, 26 de maio de 2011

O monstro do armário

Suor frio,com cheiro de vinho tinto.
Me debato em meio aos lençóis quentes e acordo em agonia..mas uma noite perdida,olhando um céu escuro,homogêneo e sem estrelas.
Não lembro do sonho,mas sei o que ele continha.
Seu rosto, seu cheiro, seu sotaque..Qualquer vestígio da sua presença.
O monstro do armário não ataca se as portas estiverem fechadas,por isso atei tantas correntes..
Aprendi a ignora-lo,desdenhando do que outrora senti..Como se em vez de chorar o passado,tivesse apenas fingindo que ele não existiu.
Porém na madrugada,reparo que todos meus esforços de te apagar,foram inúteis.Por que no leito, a espera do sono,vejo os olhos do monstro,vorazes,pela fresta da porta..
Sinto seu olhar nos meus medos..Percorrendo meu íntimo,explanando meus segredos,vigiando meus calafrios.
Me sinto nua,frágil,vulnerável..
Como quando você estava por perto...
Era como se tu traduzisses meus movimentos em palavras!
Me entregava relutante..Irritada por responder minha ironia com seu cinismo.
Expressões faciais das qual lembro tão perfeitamente..límpidas como numa fotografia.
Sorrisos perfeitos..que me assombram.
Quem me dera esvaziar o peito,limpar o armário...