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domingo, 30 de janeiro de 2011

Nossos jogos de amor e orgulho

Me aperta o peito te ver e fingir que não.
Que não vejo, não sinto, não quero.
Não quero sentir como não quero fingir.
Minhas mãos não estão atadas, mas estarão, em qualquer passo que eu der, sem importar a direção.
Fico imóvel.
E você, ausente.
Esse jogo nunca vai terminar.
Vença-me,ou jogue o tabuleiro pro alto, se for preciso.
Mas acabe com isso.
A tortura de esperar me estraçalhou a esperança, e sugou tudo o que eu tinha de aproveitável, além de filetes de sangue e lágrimas.
Estou aqui, como prometi que estaria, depois de tanto tempo.
Não me protejo mais. Você não pode me afetar mais, apenas tomando uma decisão, falando verdades.
Coisas que preciso ouvir, e mais que isso!
Anseio ouvir.
Não te quero, não te amo, não me espere.
Vá embora.
Estou a mercê das suas palavras,suas jogadas.
Não demore...
O meu alívio chegará com a sua coragem de um desfecho,xeque mate.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Marcas do seu egoísmo

Vai.
Machuca-me.
Estou esperando a dor;assim não doerá o susto de quando ela chegar sem aviso.
Uma noite chuvosa,uma manhã nublada,um sonho que não lembro bem.
É como se suas lembranças me atingissem como o vento frio da madrugada me machuca o rosto..
Mas passa.
Logo passa.
O calor e o tempo aos poucos apagam os vestígios que você deixou em mim.
Quando começo a me sentir livre,você volta, de um jeito ou de outro.
Num livro,num poema,num cheiro.Nas mentiras.
Por que insistes em ocupar um lugar em mim?
Por que me torturar com a tua ausência, se tú mesmo não se deixa partir?
Pra que te esperar se não pretendes voltar?
Me devolve o amor que desperdicei.
Me devolve o que te dei em vão.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nostalgia

Como era mesmo a sensação de amar?
Ah se me lembrasse..
É como o som do mar, quando se passou os ultimos anos num porão fechado e sem janelas.
Distante e improvável..mas vagamente conhecido.
Como alguém que conhecemos num sonho, ou uma fruta que vimos num livro,mas nunca provamos.
Até mesmo se ouvirmos o som do mar na TV,no rádio,numa concha.
É só um som.
Não dá pra sentir a areia aconchegando os pés cansados,nem o vento festejando em seus cabelos e acariciando a face,como um amante gentil e apaixonado.
É só um som.
É só uma caracteristica..Só uma lembrança do que restou, e talvez não volte.
É como a adolescencia de um velho decrépto e esquecido.
Não adianta ler diários e relembrar amores perdidos. São só pedaços de papel.
Meu travesseiro absorve minhas mágoas,e tento me entregar a ele,na esperança vã de um sono sem sonhos.
De relance,olho pra mesa ao lado da cama. Minha bebida esquentou.
Não sei se quero bebe-la.
Não sei se quero fingir por mais um dia, que estou bem.
Não quero acordar com um nó preso na garganta,fingindo sorrisos e forçando gargalhadas.
Por hoje;bom..
Só quero me entregar á tudo o que não sinto mais.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Últimos lamentos

Meus pés descalços congelam-se no chão sujo,enlameado e áspero,pelas folhas em pedaços que restaram do outono.Outro inverno sem anjos de gelo,sem bonecos de neve, sem amigos bebendo chocolate quente em volta da lareira.
As lembranças da primavera ficaram nas fotos que rasguei,enquanto pensava nas mentiras,nas omissões,nas máscaras.O que me trás a nostalgia é apenas um vinil da Joplin que você deixou no armário,na gaveta onde ficavam minhas bijuterias antigas.As vezes penso se foi seu jeito de ficar pra sempre comigo,ou se for por maldade,por saber que eu choraria quando ouvisse o canto rouco,embalado por promessas mal feitas e por perguntas sem respostas convincentes.
Chego em casa e tudo está com ritmo de ópio.Seus livros de psicanálise ainda estão na estante,cobertos por teia de aranha.Faço tudo para que continuem como você deixou, a diferença são os fios de entrelaçados,e a poeira contida nas capas.Tenho certeza de que, se os abrir,ainda terão o seu cheiro de chá de canela com a fumaça do seu cigarro predileto,abafados pelo odor de mofo.
Sinto de novo desapontamento para comigo mesma,por não ter te expulsado das minhas memórias,e nem do meu presente.Eu sou a culpada que não te deixa ir embora,que te deixou preso nas viagens,nas risadas, no vinho tinto ao som de rock'n roll e blues.
E eu sei que essa angústia não passará de uma hora para a outra,pois a cada dia que passa, me apego á solidão,a única amiga leal,que nunca me deixará.Eu tenho a mim..Sempre terei.E tento em vão enterrar viva tuas memórias.Me desespera. E esse desespero me faz questionar cada vez mais porquês e tomar cada vez mais anfetaminas.
Pela janela vejo o chão cinza lá fora, e eu percebo que o chão relvado, e as margaridas banhadas de orvalho nas manhãs de primavera,talvez,não voltem a ser vistas por mim.

Redenção

Escolhas.
Estúpidas,mesquinhas,egoístas.
A escória da minha psique se manifesta outra vez.Sinto sua agonia,sua respiração ofegante de quem luta pra se libertar,dar adeus,ou sair sem avisar..Fustiga minha consciência;ou o que restou dela.
Me confunde com sua malícia e persuasão..forja-me idéias novas e precipitadas.
Eu me rendo.Devora-me.Mas me deixa saborear comodidade,ao menos uma vez.
Quero experimentar essa tal de paz,da qual me contam histórias,versos e cantigas.Quero provar seu sabor,mesmo que por segundos..Quero abandonar a mim mesmo.Esquecer-me,esquecer-te.Abandonar-me abandonando-te.Me entendes? Eu só almejo encontrar as respostas..ou mesmo parar de formular outras perguntas,jogando fora toda lástima com que me presenteaste.
Mas preciso ultrapassar esses limites,supérfluos e decadentes.Desejo agora,apenas que me confidencie:
Que queres de mim?
Queres sinceridade?
Não posso te oferecer o que não disponho a mim.
Se quiseres, reparto minha solidão.
Assim quem sabe,posso encontrar paz,deliciando me em teu veneno ardente;destruindo me em teus braços quentes,rendendo me em tuas mentiras doces. 

Outra história sobre solidão

Hoje admiti.
Sinto falta dele.
Sinto falta dele como se uma parte do meu corpo tivesse sido arrancada bruscamente por alguém de quem não posso esperar vingança.
Posso esquecer seu rosto, sua voz, seu sotaque arrastado. Tenho certeza . Mas acho que nunca conseguiria esquecer as consequências disso.
A muito tempo atrás me descobri sendo egoista, mesquinha, niilista. Pra falar a verdade, adorei isso.
E quando eu comecei a mudar,fraquejar,bambear-me em tuas palavras doces e enganosas, senti fraqueza. Quis repeli-lo; meu instinto mandava eu fazê-lo.
Eu estava sucumbindo, derrubando muralhas nas quais sofri para construir. Abrindo uma brecha sem pensar no que poderia passar por ela.
Sem reparar, eu tinha despido minha armadura. Você me mudou assustadoramente. Me fez querer ser melhor. E eu tentei.
Joguei todo o resto fora, fui aprendendo sobre fidelidade, sinceridade, amores e sonhos.
Ah.. A inocência! Traiçoeira como uma serpente..
Seu veneno me fez chorar de arrependimento e mágoa por muito tempo.
Remoí e fustiguei..
Cultivei ódio.
E ele se tornou em uma armadura mais resistente do que a primeira.
Me senti impenetrável.
E agora, depois de passar por tudo isso de novo e de novo,sinto me no ponto zero, onde começo e termino. Sempre. Chega a ser irônico.
Preciso mudar, ou fazer que mude.
Cansei do seu olhar triste e choroso, e seu sorriso bobo já não me afeta.
Vou devolver-lhe as lembranças e as ilusões.Faça bom uso delas.Por que eu o fiz.

Finalmente decidi reerguer-me,sem você.Sem ninguém;talvez.Só, não tenho grandes alegrias,nem grandes tristezas,nem grandes abalos.
Solidão,me aceita como companheira até que a morte nos separe?

Sua sutilidade

Observe-a.
Não olhe apenas. Veja.
Veja através do que o superficial mostra.
Examine-a.
Veja como a simplicidade a torna única,
E como a ingenuidade a torna especial.
Veja como os caixos do seu cabelo emolduram seu rosto sorridente,formando um quadro hipnótico.
Veja que quando olha em seus olhos,a maldade parece um mito,e a magia;real.
Tenho medo.
Tenho medo que os outros, não te vejam como te vejo,não te valorizem como mereces.
Nada me amedronta mais do que ver-te com asas quebradas,machucada pelas rajadas de vento frio,palavras duras,e promessas falsas.
A realidade,é dura,triste e cruel..Tomara que não te mude.Não tire de ti a meiguisse, e não tire de mim a felicidade de te ter por perto.
A felicidade boba de presenciar o sincero.