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sábado, 30 de abril de 2011

Pela janela.

Ela olhou da janela.
Consegui ver seu rosto através do vidro por pouco mais de um minuto.
Apesar da chuva caudalosa,pude reparar nos seus olhos cansados,na beleza triste da tal mulher solitária.
Poderia jurar que ela procurava algo,ou alguém...Mas a rua estava calma e vazia.
Talvez fosse impressão.
Talvez fosse a esperança de que estivesse procurando por mim..
Mas não pode ser casual,não pode!
Ela nunca olha pro lado de fora.
Estará presa a força? Ou prisionando a si mesma?!
Não sabe o quanto anseio entrar em seu mundo.
Cura-la da angústiante solidão com apenas um toque, na sua mão delicada, que escreve poemas.
Que poderia eu fazer para que ela soubesse que somos iguais? A mesma alma atormentada,de pensamentos inquietos, dividida em dois corpos..
Não sei.
Acho que passarei todo o resto de vida,suprindo sua falta com devaneios.
Mas definitivamente,nunca esquecerei dela..Dos seus olhos negros e brilhantes,mas não como os de quem acabou de chorar..era mais como se prendessem lágrimas,muitas lágrimas..que tentavam transbordar e esvair-se de suas cadeias..em vão.