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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Agora

Agora é tudo mais fácil.
É aço, é forte..
É  o que foi importante, a própria sorte.
Agora é tudo melhor.
Mais nítido, mas vil
Brusco e gentil. Sem meio termo.

Agora.
Agora tudo virou rotina fatigante..
Cervejas quentes,conversas medíocres,beijos sem sabor.
Caminhadas compridas e sem destino.
"Uma dor cura a outra",alguém me disse.
Machucar os pés no asfalto talvez amenize o que me dilacera.
Me machuco.
Me machuco de todas as formas possíveis, e passei a amar minha tortura.. Meu alívio.
Cigarros, garrafas, agonia, escória.. Me abraçam de olhos fechados, e o que posso eu fazer senão retribuir?
Ignoro o fato triste de que já não sinto prazer com mulher alguma, e nenhum êxtase com a melhor droga possível.  Nos meus porres, vejo teus olhos castanhos, destacados na pele incrivelmente branca a me espreitar.. A balançar a cabeça negativamente.. E minhas alucinações são cheias de traços teus. Pesadelos, pesadelos.. De que adianta dormir? Como posso fechar os olhos sem reconhecer esse vazio que consome mais de mim a cada dia que passa? 
Só me resta continuar.. Entregar o que resta de mim, de bandeja, pra qualquer dor..
Qualquer imitação barata de amor.

Um comentário:

  1. Magnífico, realista, demasiadamente pessimista e com um lindo toque de pesados sentimentos feridos '-' perfeito!

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